quinta-feira, 31 de maio de 2012

A Mágica não é "coisa" do Diabo

 

Arthur C. Clarke (1917-2008) foi um escritor e inventor britânico, autor de obras de divulgação científica e de ficção científica como, por exemplo, The Sentinel que deu origem a um dos mais clássicos filmes do gênero sci-fi: "2001: Uma Odisséia no Espaço".

Ele formulou três interessantes leis que tratam da relação entre o homem e a tecnologia:

1ª) Quando um cientista distinto e experiente diz que algo é possível, quase de certeza que tem razão. Quando ele diz que algo é impossível, ele está muito provavelmente errado.

2ª) O único caminho para desvendar os limites do possível é aventurar-se além dele, através do impossível.

3ª) Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível de magia.

Chamo a sua atenção para a 3ª lei de Clarke. Esta lei foi elaborada em uma versão alternativa pelo físico e escritor de ficção científica Gregory Benford da seguinte forma:

"Qualquer tecnologia distinguível da magia é insuficientemente avançada."

Tanto Clarke como Benford estavam dizendo a mesma coisa: Não existe mágica no sentido de algo que extrapole as leis naturais.

Segundo o entendimento de Clarke, que foi muito feliz na proposição desta 3ª lei, um feito é considerado como algo mágico ou sobrenatural somente pelas pessoas que desconhecem ou não possuem acesso à tecnologia que possibilitou aquele feito. Muitas invenções científicas do passado foram inicialmente consideradas como feitos mágicos inexplicáveis. Como exemplos clássicos disto podemos citar a invenção da fotografia, do rádio e da televisão.

A versão de Benford não é menos elucidativa no sentido de desmistificar a magia como algo sobrenatural, pois diz que se em algum momento um feito for considerado como mágico ou sobrenatural, na verdade é apenas o conhecimento tecnológico das pessoas que assim o entendem que não está suficientemente avançado.

Portanto, meus amigos evangélicos, eu lhes peço que parem de classificar a milenar arte mágica como "coisa" do diabo. Em especial refiro-me ao segmento da mágica chamado de "mentalismo", que é visto com grande preconceito por aqueles que ainda acreditam que suas técnicas envolvem algum tipo de poder místico ou espiritual. Entendam que vocês apenas desconhecem os princípios lógicos e a tecnologia por trás destes efeitos. Só isto!

É claro que sempre existirão alguns "espertalhões" que tentarão tirar vantagem da ignorância das pessoas. No passado, por exemplo, os sacerdotes egípcios eram vistos como elos com as supostas divindades justamente por realizarem feitos considerados mágicos ou sobrenaturais por aqueles que nada sabiam das técnicas puramente racionais e naturais utilizadas por eles.

Atualmente ainda existem algumas pessoas que se arrogam detentores de poderes místicos e sobrenaturais, porém os mesmos nunca conseguiram passar pelo crivo da ciência. Basta colocá-los em um ambiente controlado e sob os olhares atentos de pessoas que conhecem tantos os princípios como a tecnologia utilizada no ilusionismo, para que seus supostos dons ou poderes simplesmente desapareçam ou sejam desmascarados como meras fraudes.

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