quarta-feira, 16 de maio de 2012

Houdini contra a Bruxa Loira da Rua Lime (8)

                                                                                           (Continuação)

                                                                                       A ÚLTIMA SESSÃO





 


Uma última sessão espírita foi planejada para 27 de agosto. Essa tarde Munn, Prince, o Dr. Crandon, Mina, e Houdini jantaram juntos fora de Boston. A médium, sabendo que Houdini estava prestes a denunciá-la desde o Keith’s Theatre em Boston, protestou que ela não queria que filho de doze anos lesse que sua mãe era uma fraude.

“Então não seja uma fraude”, Houdini lhe disse.

Ela respondeu que se ele apresentasse erroneamente os fatos alguns de seus amigos entrariam em cena e lhe dariam uma boa surra. Houdini insistiu que ele não iria apresentar erroneamente nada (Houdini, p. 21).

O Dr. Comstock tinha inventado um artifício para imobilizar a médium para a última sessão espírita do comitê. Era uma caixa baixa em que Margery e um investigador, sentando-se um na frente do outro, poriam os seus pés. Uma tábua, ligada à caixa, seria trancada em cima dos joelhos, prevenindo a retirada dos pés. Os lados da caixa permaneceram abertos permitindo qualquer possível “estrutura psíquica” operar. As suas mãos foram seguradas pelo investigador e a caixa com o sino foi colocado fora da caixa-controle, tudo estava pronto para a sessão espírita começar.

Enquanto esperando para algo acontecer, o Dr. Crandon observou:

“Algum dia, Houdini, você verá a luz e se isto for ocorrer esta noite, eu alegremente darei dez mil dólares à caridade”.

“Pode acontecer”, Houdini respondeu, “mas eu duvido”

“Sim senhor” o Dr. Crandon repetiu, “se você se converter este noite eu alegremente darei $10.000 a alguma instituição de caridade” (pp. 21-22). 


 


Foi uma “sessão vazia”, isso é, nada aconteceu. Houdini não se converteu e o Dr. Crandon manteve seus $10.000 (que Houdini interpretou como uma tentativa de suborno).

O artifício do Dr. Comstock, obviamente melhor que o usado por Houdini, mostrou que quando a médium era imobilizada e controlada por um investigador (em vez que por seu marido), os fenômenos desapareciam. Como de costume acontece em tais casos: quando os controles são 0% os fenômenos são 100%; quando controles são 100% os fenômenos são 0%.

Enquanto Margery não ganhou o prêmio da Scientific American a dúvida sobre sua honestidade pela investigação do comitê não foi suficiente para destruí-la aos olhos do público. Malcolm Bird renunciou à Scientific American depois do anúncio de Houdini num programa de rádio: “Eu publicamente denuncio aqui Malcolm Bird como sendo cúmplice de Margery!” Depois de renunciar, Bird passou seu tempo promovendo Margery.

Continua...





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