E algumas pessoas ainda disseram: 'Eu perceberia facilmente!'
segunda-feira, 9 de julho de 2012
ABORDAGEM EM BARES E RESTAURANTES
Como e quando chegar a uma mesa?
- Seja sempre simpático, atencioso, gerando assim credibilidade.
- Nunca chegue enquanto estiverem comendo, se lhe pedir, diga que passará assim que terminarem a refeição.
- Enquanto realiza mágicas em uma mesa, tente observar as mesas ao lado, assim ficará bem claro quais são as que estão interessadas em sua atuação.
- Não demore muito em cada mesa, afinal em dia de muito movimento, os garçons poderão não gostar... (aguarde nos próximos posts a nossa “luta contra os garçons”)
- Não fale alto e nem gesticule muito para não ser irritante e inconveniente.
- Não fique triste se em alguma mesa você ouvir um " não agora não - não gosto de mágica estamos conversando e etc...nunca insista,poderá não obter sucesso,se tentar convencê-los.
- Por fim faça com que todos participem do seu número, quanto mais atenção você tiver melhor será a sua atuação.
...e BOA SORTE!
Muitas vezes se torna difícil, pois nem todos estão receptivos e não podemos de forma alguma ser inconvenientes.
Mágica com Pombos
Um dos segmentos mais impactante da mágica são os números feitos com pombos. Não tem como não ficar encantado com um número bem feito onde os animaizinhos surgem das formas mais impossíveis e inexplicáveis.
Sei que existem alguns que vêem com maus olhos os mágicos que utilizam pombos em suas apresentações, alegando que estes animais são mal tratados e passam por sofrimentos nos treinamentos. Bem, eu confesso que eu era um destes que não gostava muito de ver números feitos com pombos, pois tinha a mesma desconfiança.
Porém, após assistir uma brilhante palestra de um mágico que participa do mesmo grupo de estudo do qual eu faço parte, e que é um dos maiores especialistas no Brasil na arte da ilusão com pombos, Giovanni Bright, mudei completamente de idéia.
Sei que existem alguns que vêem com maus olhos os mágicos que utilizam pombos em suas apresentações, alegando que estes animais são mal tratados e passam por sofrimentos nos treinamentos. Bem, eu confesso que eu era um destes que não gostava muito de ver números feitos com pombos, pois tinha a mesma desconfiança.
Porém, após assistir uma brilhante palestra de um mágico que participa do mesmo grupo de estudo do qual eu faço parte, e que é um dos maiores especialistas no Brasil na arte da ilusão com pombos, Giovanni Bright, mudei completamente de idéia.
Muito embora no passado alguns mágicos tivessem se utilizado de algumas técnicas na criação e treinamento de pombos que de alguma forma traziam sofrimentos a estes animaizinhos, hoje em dia isto não acontece mais.
Na palestra, o grande ilusionista Giovanni Bright explicou em detalhes como estes animais são tratados e treinados. Confesso que cheguei até a sentir inveja dos bichinhos tamanho o carinho e cuidado que ele tem com cada um deles.
Ele conhece a cada um pelos seus nomes, os alimenta pessoalmente e individualmente com aquilo que tem de melhor para a saúde deles, dá vitaminas, lixa suas unhas e seu biquinho, eles tomam banho, recebem atenção diária com muito carinho e são treinados com modernas técnicas que qualquer sociedade protetora dos animais aprovaria com certeza.
Durante a apresentação... bem, não poderei falar muito para acabar não revelando alguns segredos, mas garanto que eles não ficam esmagados ou sufocados em algum tipo de lugar desconfortável. Muito pelo contrário! Tudo é planejado para que os animaizinhos tenham o máximo de conforto e não fiquem estressados.
O ilusionista Giovanni Bright usa em seu repertório lindos pombinhos brancos que estão com ele a mais de 10 anos e que se sentem muito tranquilos e confortáveis ao seu lado.
Logo abaixo você poderá assistir a um belo número de ilusionismo com pombos:
Magia Bizarra - Parte 2
Muitos entendem que, do ponto de vista da execução, a Magia Bizarra é um dos tipos mais difíceis de mágica, pois nela o ilusionista precisa basicamente de uma boa atuação dramática para criar um clima adequado de desconforto em sua platéia, provocando assim a emoção no nível certo que o seu efeito exige. Por isto é importante que o ilusionista que se disponha a atuar neste segmento tenha um certo conhecimento de como funciona a mente humana para saber manipular da melhor forma as emoções de seus espectadores.
Como ilusionista desde 2008, eu tenho me dedicado ao mentalismo, porém, por causa da minha formação religiosa e principalmente devido aos meus contínuos estudos e pesquisas que me levaram a adotar uma postura cética diante do sobrenatural, eu tenho continuamente me deparado com a Magia Bizarra e por ela me interessado cada vez mais. Não me refiro a aquele tipo de bizarrice onde o sangue jorra aos baldes, muito embora um acidente sofrido em uma apresentação que realizei já tenha me levado involuntariamente a passar por uma experiência semelhante(um dia eu conto esta história que foi inclusive registrada em vídeo). Nada contra quem pratique este tipo de magia, mas mágica com auto-mutilamento no meu caso, só por acidente.
A Magia Bizarra pela qual eu me interesso é aquela que desmistifica e desmascara por completo os médiuns fraudulentos, bem como as sessões espíritas com todos aqueles supostos fenômenos sobrenaturais criados com a clara intenção de enganar os incautos. Vejam bem, nada contra os espíritas e suas doutrinas. Eles podem acreditar no que quiserem. Eu os respeito assim como respeito qualquer outra religião. Só me não venham tentando embasar seus credos com forjados efeitos sobrenaturais na intenção de dizer que seus ensinamentos são uma verdade irrefutável, porque aí eu faço questão de demonstrar que tudo pode ser conseguido com técnicas de ilusionismo.
Só não me torno o Mister M dos fenômenos espíritas revelando detalhadamente o modus operandi utilizados pelos médiuns em suas sessões, porque não quero violar o código de ética dos mágicos. Porém, a medida do possível, irei aqui e ali contar alguns segredinhos que não comprometam o trabalho de meus colegas mágicos. Aqueles que acompanham este blog sabem que já fiz isto aqui, como por exemplo, na série 'Como atuam os médiuns' .
Portanto, irei utilizar a Magia Bizarra como uma forma de entretenimento, mas também como uma maneira sutil de alertar as pessoas para a possibilidade de se reproduzir qualquer efeito supostamente sobrenatural com técnicas de ilusionismo, ou seja, sem a necessidade de invocar qualquer tipo de espírito ou entidade. Com isso só quero ajudar as pessoas a serem mais criteriosas, racionais e menos crédulas em relação a estes "fenômenos".
Concluindo, se por acaso você participou ou saiba de alguém que tenha participado de alguma sessão espírita onde os objetos levitaram, vozes misteriosas foram ouvidas, revelações incrivelmente certeiras foram pronunciadas, materializações de espíritos ou outro qualquer outro fenômeno supostamente sobrenatural aconteceu, lembre-se que tudo isto pode ser facilmente reproduzido por qualquer ilusionista conhecedor dos princípios básicos na arte da ilusão. Tudo não passa de Magia Bizarra.
"Há duas maneiras de deslizar facilmente pela vida: acreditar em tudo ou duvidar de tudo, as duas maneiras nos poupam de pensar" - Alfred Korzybski
Como ilusionista desde 2008, eu tenho me dedicado ao mentalismo, porém, por causa da minha formação religiosa e principalmente devido aos meus contínuos estudos e pesquisas que me levaram a adotar uma postura cética diante do sobrenatural, eu tenho continuamente me deparado com a Magia Bizarra e por ela me interessado cada vez mais. Não me refiro a aquele tipo de bizarrice onde o sangue jorra aos baldes, muito embora um acidente sofrido em uma apresentação que realizei já tenha me levado involuntariamente a passar por uma experiência semelhante(um dia eu conto esta história que foi inclusive registrada em vídeo). Nada contra quem pratique este tipo de magia, mas mágica com auto-mutilamento no meu caso, só por acidente.
A Magia Bizarra pela qual eu me interesso é aquela que desmistifica e desmascara por completo os médiuns fraudulentos, bem como as sessões espíritas com todos aqueles supostos fenômenos sobrenaturais criados com a clara intenção de enganar os incautos. Vejam bem, nada contra os espíritas e suas doutrinas. Eles podem acreditar no que quiserem. Eu os respeito assim como respeito qualquer outra religião. Só me não venham tentando embasar seus credos com forjados efeitos sobrenaturais na intenção de dizer que seus ensinamentos são uma verdade irrefutável, porque aí eu faço questão de demonstrar que tudo pode ser conseguido com técnicas de ilusionismo.
Só não me torno o Mister M dos fenômenos espíritas revelando detalhadamente o modus operandi utilizados pelos médiuns em suas sessões, porque não quero violar o código de ética dos mágicos. Porém, a medida do possível, irei aqui e ali contar alguns segredinhos que não comprometam o trabalho de meus colegas mágicos. Aqueles que acompanham este blog sabem que já fiz isto aqui, como por exemplo, na série 'Como atuam os médiuns' .
Portanto, irei utilizar a Magia Bizarra como uma forma de entretenimento, mas também como uma maneira sutil de alertar as pessoas para a possibilidade de se reproduzir qualquer efeito supostamente sobrenatural com técnicas de ilusionismo, ou seja, sem a necessidade de invocar qualquer tipo de espírito ou entidade. Com isso só quero ajudar as pessoas a serem mais criteriosas, racionais e menos crédulas em relação a estes "fenômenos".
Concluindo, se por acaso você participou ou saiba de alguém que tenha participado de alguma sessão espírita onde os objetos levitaram, vozes misteriosas foram ouvidas, revelações incrivelmente certeiras foram pronunciadas, materializações de espíritos ou outro qualquer outro fenômeno supostamente sobrenatural aconteceu, lembre-se que tudo isto pode ser facilmente reproduzido por qualquer ilusionista conhecedor dos princípios básicos na arte da ilusão. Tudo não passa de Magia Bizarra.
"Há duas maneiras de deslizar facilmente pela vida: acreditar em tudo ou duvidar de tudo, as duas maneiras nos poupam de pensar" - Alfred Korzybski
quinta-feira, 31 de maio de 2012
Magia Bizarra - Parte 1
O universo do ilusionismo é muito amplo e por este motivo divide-se em várias categorias diferentes. Temos, por exemplo, a Magia Infantil, a Magia de Manipulação, Grandes Ilusões, Magia de Proximidade (também chamada de "Close-Up"), Cartomagia (efeitos com baralho), Mentalismo (Ilusionismo Psicológico) e por aí vai.
Entre todas estas diferentes categorias da mágica, uma que é muito pouco conhecida e praticada é a Magia Bizarra. Pela própria palavra que define esta categoria você já deve ter noção que estamos falando de um tipo de mágica nada convencional cujo apelo maior é chocar apresentando efeitos extravagantes e assustadores.
Um dos objetivos principais da mágica é emocionar. Porém, da mesma forma que na arte dramática, a arte mágica pode provocar diferentes tipos de emoções. A mágica pode fazer você rir, chorar, deixá-lo intrigado, encantado, maravilhado, atônito, e também pode provocar medo, suspense, terror e angústia. Por que não? Milhões de pessoas no mundo todo correm para os cinemas, teatros e parques de diversões procurando justamente por algumas emoções que outros pagam para não sentir. Tudo é uma questão de gosto pessoal!
É claro que em se tratando de pessoas normais, tais sentimentos tidos como negativos, só são bem aceitos quando se sabe que tudo não passa de ficção ou ilusão. É aí que entra a Magia Bizarra! Ela existe justamente para atender a aquele tipo de público que gosta de uma boa história de suspense e terror.
Existe um estilo muito perceptível que separa a Magia Bizarra de outros tipos de mágica. Quando um mágico se propõe a serrar uma mulher ao meio, isto não é magia bizarra, é uma grande ilusão clássica. Porém, se ele encena que o truque falhou, a mulher começa a berrar desesperadamente e o sangue escorre e espirra por todos os lados, aí sim temos uma Magia Bizarra. Querem outro exemplo? Se um mentalista faz uma predição e acerta, trata-se de um número de mentalismo. Mas se ele acende uma vela, consulta uma bola de cristal, invoca os espíritos do além e começa a estrebuchar como se estivesse possuído, aí estamos falando de Magia Bizarra.
Amanhã eu continuarei falando um pouco mais de Magia Bizarra e explicando o que tudo isto tem haver comigo.
Aguarde!
Entre todas estas diferentes categorias da mágica, uma que é muito pouco conhecida e praticada é a Magia Bizarra. Pela própria palavra que define esta categoria você já deve ter noção que estamos falando de um tipo de mágica nada convencional cujo apelo maior é chocar apresentando efeitos extravagantes e assustadores.
Um dos objetivos principais da mágica é emocionar. Porém, da mesma forma que na arte dramática, a arte mágica pode provocar diferentes tipos de emoções. A mágica pode fazer você rir, chorar, deixá-lo intrigado, encantado, maravilhado, atônito, e também pode provocar medo, suspense, terror e angústia. Por que não? Milhões de pessoas no mundo todo correm para os cinemas, teatros e parques de diversões procurando justamente por algumas emoções que outros pagam para não sentir. Tudo é uma questão de gosto pessoal!
É claro que em se tratando de pessoas normais, tais sentimentos tidos como negativos, só são bem aceitos quando se sabe que tudo não passa de ficção ou ilusão. É aí que entra a Magia Bizarra! Ela existe justamente para atender a aquele tipo de público que gosta de uma boa história de suspense e terror.
Existe um estilo muito perceptível que separa a Magia Bizarra de outros tipos de mágica. Quando um mágico se propõe a serrar uma mulher ao meio, isto não é magia bizarra, é uma grande ilusão clássica. Porém, se ele encena que o truque falhou, a mulher começa a berrar desesperadamente e o sangue escorre e espirra por todos os lados, aí sim temos uma Magia Bizarra. Querem outro exemplo? Se um mentalista faz uma predição e acerta, trata-se de um número de mentalismo. Mas se ele acende uma vela, consulta uma bola de cristal, invoca os espíritos do além e começa a estrebuchar como se estivesse possuído, aí estamos falando de Magia Bizarra.
Amanhã eu continuarei falando um pouco mais de Magia Bizarra e explicando o que tudo isto tem haver comigo.
Aguarde!
A Mágica não é "coisa" do Diabo
Arthur C. Clarke (1917-2008) foi um escritor e inventor britânico, autor de obras de divulgação científica e de ficção científica como, por exemplo, The Sentinel que deu origem a um dos mais clássicos filmes do gênero sci-fi: "2001: Uma Odisséia no Espaço".
Ele formulou três interessantes leis que tratam da relação entre o homem e a tecnologia:
1ª) Quando um cientista distinto e experiente diz que algo é possível, quase de certeza que tem razão. Quando ele diz que algo é impossível, ele está muito provavelmente errado.
2ª) O único caminho para desvendar os limites do possível é aventurar-se além dele, através do impossível.
3ª) Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível de magia.
Chamo a sua atenção para a 3ª lei de Clarke. Esta lei foi elaborada em uma versão alternativa pelo físico e escritor de ficção científica Gregory Benford da seguinte forma:
"Qualquer tecnologia distinguível da magia é insuficientemente avançada."
Tanto Clarke como Benford estavam dizendo a mesma coisa: Não existe mágica no sentido de algo que extrapole as leis naturais.
Segundo o entendimento de Clarke, que foi muito feliz na proposição desta 3ª lei, um feito é considerado como algo mágico ou sobrenatural somente pelas pessoas que desconhecem ou não possuem acesso à tecnologia que possibilitou aquele feito. Muitas invenções científicas do passado foram inicialmente consideradas como feitos mágicos inexplicáveis. Como exemplos clássicos disto podemos citar a invenção da fotografia, do rádio e da televisão.
A versão de Benford não é menos elucidativa no sentido de desmistificar a magia como algo sobrenatural, pois diz que se em algum momento um feito for considerado como mágico ou sobrenatural, na verdade é apenas o conhecimento tecnológico das pessoas que assim o entendem que não está suficientemente avançado.
Portanto, meus amigos evangélicos, eu lhes peço que parem de classificar a milenar arte mágica como "coisa" do diabo. Em especial refiro-me ao segmento da mágica chamado de "mentalismo", que é visto com grande preconceito por aqueles que ainda acreditam que suas técnicas envolvem algum tipo de poder místico ou espiritual. Entendam que vocês apenas desconhecem os princípios lógicos e a tecnologia por trás destes efeitos. Só isto!
É claro que sempre existirão alguns "espertalhões" que tentarão tirar vantagem da ignorância das pessoas. No passado, por exemplo, os sacerdotes egípcios eram vistos como elos com as supostas divindades justamente por realizarem feitos considerados mágicos ou sobrenaturais por aqueles que nada sabiam das técnicas puramente racionais e naturais utilizadas por eles.
Atualmente ainda existem algumas pessoas que se arrogam detentores de poderes místicos e sobrenaturais, porém os mesmos nunca conseguiram passar pelo crivo da ciência. Basta colocá-los em um ambiente controlado e sob os olhares atentos de pessoas que conhecem tantos os princípios como a tecnologia utilizada no ilusionismo, para que seus supostos dons ou poderes simplesmente desapareçam ou sejam desmascarados como meras fraudes.
Ele formulou três interessantes leis que tratam da relação entre o homem e a tecnologia:
1ª) Quando um cientista distinto e experiente diz que algo é possível, quase de certeza que tem razão. Quando ele diz que algo é impossível, ele está muito provavelmente errado.
2ª) O único caminho para desvendar os limites do possível é aventurar-se além dele, através do impossível.
3ª) Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível de magia.
Chamo a sua atenção para a 3ª lei de Clarke. Esta lei foi elaborada em uma versão alternativa pelo físico e escritor de ficção científica Gregory Benford da seguinte forma:
"Qualquer tecnologia distinguível da magia é insuficientemente avançada."
Tanto Clarke como Benford estavam dizendo a mesma coisa: Não existe mágica no sentido de algo que extrapole as leis naturais.
Segundo o entendimento de Clarke, que foi muito feliz na proposição desta 3ª lei, um feito é considerado como algo mágico ou sobrenatural somente pelas pessoas que desconhecem ou não possuem acesso à tecnologia que possibilitou aquele feito. Muitas invenções científicas do passado foram inicialmente consideradas como feitos mágicos inexplicáveis. Como exemplos clássicos disto podemos citar a invenção da fotografia, do rádio e da televisão.
A versão de Benford não é menos elucidativa no sentido de desmistificar a magia como algo sobrenatural, pois diz que se em algum momento um feito for considerado como mágico ou sobrenatural, na verdade é apenas o conhecimento tecnológico das pessoas que assim o entendem que não está suficientemente avançado.
Portanto, meus amigos evangélicos, eu lhes peço que parem de classificar a milenar arte mágica como "coisa" do diabo. Em especial refiro-me ao segmento da mágica chamado de "mentalismo", que é visto com grande preconceito por aqueles que ainda acreditam que suas técnicas envolvem algum tipo de poder místico ou espiritual. Entendam que vocês apenas desconhecem os princípios lógicos e a tecnologia por trás destes efeitos. Só isto!
É claro que sempre existirão alguns "espertalhões" que tentarão tirar vantagem da ignorância das pessoas. No passado, por exemplo, os sacerdotes egípcios eram vistos como elos com as supostas divindades justamente por realizarem feitos considerados mágicos ou sobrenaturais por aqueles que nada sabiam das técnicas puramente racionais e naturais utilizadas por eles.
Atualmente ainda existem algumas pessoas que se arrogam detentores de poderes místicos e sobrenaturais, porém os mesmos nunca conseguiram passar pelo crivo da ciência. Basta colocá-los em um ambiente controlado e sob os olhares atentos de pessoas que conhecem tantos os princípios como a tecnologia utilizada no ilusionismo, para que seus supostos dons ou poderes simplesmente desapareçam ou sejam desmascarados como meras fraudes.
Robert-Houdin - O Pai do Ilusionismo Moderno
Jean Eugène Robert nasceu na França em 7 de dezembro de 1805 e era filho de um dos melhores relojoeiros da cidade de Blois. Embora seu pai quisesse que ele se tornasse um advogado, ele decidiu seguir os passos de seu pai tornando-se um habilidoso artesão relojoeiro.
Quando ainda jovem (meados de 1820) foi até uma livraria comprar uma coleção de dois volumes chamada "Tratado sobre a Relojoaria", porém acabou levando, por um engano do vendedor, um pacote com dois livros de mágica (a coleção Scientific Amusements).
Ao invés de devolver, resolveu ficar com os livros, passando a estudá-los diariamente. Seu interesse pelas artes mágicas foi aumentando até o ponto de ele procurar um mágico amador da cidade (Maous de Blois) para poder receber algumas aulas.
Conforme foi se desenvolvendo como mágico, ele passou a fazer algumas apresentações em reuniões sociais, e foi em uma destas apresentações que ele conheceu sua futura esposa,Joséphe Cecile Houdin, filha de um relojoeiro parisiense. Eles se casaram em 1830 e a partir daí decide adotar em sua carreira de mágico profissional o nome artístico, "Robert-Houdin".
Robert mudou-se para Paris e começou a trabalhar com o seu sogro que era um dos últimos relojoeiros que ainda adotava o minucioso método de confeccionar todas as peças do relógio uma a uma. Com a experiência adquirida na arte da fabricação de múltiplas peças de delicados relógios, Jean se especializou em fabricar brinquedos mecânicos e figuras automatizadas.
Um dia, por mera casualidade, Robert descobre uma loja que vendia mágica e a partir deste achado começa a ter contato com outros mágicos profissionais e amadores. Père Roujol, o proprietário da loja de mágica, mostrou para Robert vários truques mecânicos da época, e ele, com seu vasto conhecimento em mecanismos automáticos, passou a aprimorá-los.
Com o tempo ele começou a inventar e construir os seus próprios mecanismos que utilizava nos shows de mágica. O vídeo que vem logo a seguir pode nos dar uma noção do tipo impressionante de mágica que Robert-Houdin praticava no século XIX:
Quando ainda jovem (meados de 1820) foi até uma livraria comprar uma coleção de dois volumes chamada "Tratado sobre a Relojoaria", porém acabou levando, por um engano do vendedor, um pacote com dois livros de mágica (a coleção Scientific Amusements).
Ao invés de devolver, resolveu ficar com os livros, passando a estudá-los diariamente. Seu interesse pelas artes mágicas foi aumentando até o ponto de ele procurar um mágico amador da cidade (Maous de Blois) para poder receber algumas aulas.
Conforme foi se desenvolvendo como mágico, ele passou a fazer algumas apresentações em reuniões sociais, e foi em uma destas apresentações que ele conheceu sua futura esposa,Joséphe Cecile Houdin, filha de um relojoeiro parisiense. Eles se casaram em 1830 e a partir daí decide adotar em sua carreira de mágico profissional o nome artístico, "Robert-Houdin".
Robert mudou-se para Paris e começou a trabalhar com o seu sogro que era um dos últimos relojoeiros que ainda adotava o minucioso método de confeccionar todas as peças do relógio uma a uma. Com a experiência adquirida na arte da fabricação de múltiplas peças de delicados relógios, Jean se especializou em fabricar brinquedos mecânicos e figuras automatizadas.
Um dia, por mera casualidade, Robert descobre uma loja que vendia mágica e a partir deste achado começa a ter contato com outros mágicos profissionais e amadores. Père Roujol, o proprietário da loja de mágica, mostrou para Robert vários truques mecânicos da época, e ele, com seu vasto conhecimento em mecanismos automáticos, passou a aprimorá-los.
Com o tempo ele começou a inventar e construir os seus próprios mecanismos que utilizava nos shows de mágica. O vídeo que vem logo a seguir pode nos dar uma noção do tipo impressionante de mágica que Robert-Houdin praticava no século XIX:
Agora você já sabe de onde os produtores do filme "O Ilusionista" tiraram as idéias para montar algumas das performances de palco do ilusionista Eisenheim:
Antes de Robert-Houdin, os mágicos eram vistos apenas em mercados e feiras geralmente realizadas ao ar livre, porém ele trouxe as apresentações de ilusionismo para dentro dos teatros e para as grandes ocasiões sociais ou festas particulares, apresentando-se sempre com as mesmas roupas formais utilizadas por seu público naquela época (o estereótipo do mágico de fraque e cartola vem daí). São por estes motivos que o título de Pai do Ilusionismo Moderno lhe cai tão bem.
O que os mágicos fazem quando erram?
Para aqueles que vivem me perguntando o que um mágico faz quando erra uma mágica, o vídeo abaixo irá responder:
Fui!!!
Fui!!!
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Houdini contra a Bruxa Loira da Rua Lime (15)
(Continuação)
UMA MULHER EM DECLÍNIO
Os defensores de Margery a abandonaram um depois do outro, e a mulher, mais velha e mais gorda, procurou a consolação no álcool. As sessões espíritas, entretanto, continuaram e Crandon tentou de manter vivo o interesse em sua “Psique” recorrendo a qualquer estratagema que ele pudesse pensar.
UMA MULHER EM DECLÍNIO
Os defensores de Margery a abandonaram um depois do outro, e a mulher, mais velha e mais gorda, procurou a consolação no álcool. As sessões espíritas, entretanto, continuaram e Crandon tentou de manter vivo o interesse em sua “Psique” recorrendo a qualquer estratagema que ele pudesse pensar.
Em uma destas sessões, por exemplo, Margery tentou repetir a experiência famosa de ligar dois anéis de madeira tentada 50 anos antes peloProf. Zollner com o médium Henry Slade. “Êxito”! regozijou o Dr. Crandon: Margery tinha podido ligar dois anéis feitos de madeiras diferentes. Por fim uma prova definitiva, sólida de algo que desafiava a física, matéria através de matéria.
Já que não é difícil de disfarçar a madeira ao longo da separação de tal maneira a deixá-la invisível ao olho, foi alegado que só os raios-x podiam estabelecer a verdade. Os anéis então foram enviados a Senhor Oliver Lodge na Inglaterra para prova independente. Quando Lodge abriu o pacote enviado pelos Crandons, no entanto, ele descobriu que um dos anéis tinha sido feito em pedaços, provavelmente durante a viagem. O que podia ter sido a única prova sólida da existência da realidade do sobrenatural, a “Pedra Rosetta” do espiritualismo, não tinha sequer sido bem empacotada. Que pena!
Em 1939, o Dr. Crandon morreu, e Mina, já por então uma alcoólatra inveterada, entrou num estado de profunda depressão. Em uma de suas últimas sessões espíritas, ela tentou saltar do telhado da casa.
Nos arquivos de Prince na ASPR ainda há uma coleção de documentos e relatórios inéditos, escrito pelos cientistas de Harvard e por vários pesquisadores psíquicos, dos quais emerge uma teoria interessante para explicar as sessões espíritas de Margery (Silverman, pp. 380-381).
Já que não é difícil de disfarçar a madeira ao longo da separação de tal maneira a deixá-la invisível ao olho, foi alegado que só os raios-x podiam estabelecer a verdade. Os anéis então foram enviados a Senhor Oliver Lodge na Inglaterra para prova independente. Quando Lodge abriu o pacote enviado pelos Crandons, no entanto, ele descobriu que um dos anéis tinha sido feito em pedaços, provavelmente durante a viagem. O que podia ter sido a única prova sólida da existência da realidade do sobrenatural, a “Pedra Rosetta” do espiritualismo, não tinha sequer sido bem empacotada. Que pena!
Em 1939, o Dr. Crandon morreu, e Mina, já por então uma alcoólatra inveterada, entrou num estado de profunda depressão. Em uma de suas últimas sessões espíritas, ela tentou saltar do telhado da casa.
Nos arquivos de Prince na ASPR ainda há uma coleção de documentos e relatórios inéditos, escrito pelos cientistas de Harvard e por vários pesquisadores psíquicos, dos quais emerge uma teoria interessante para explicar as sessões espíritas de Margery (Silverman, pp. 380-381).
As sessões espíritas podem ter sido um tipo de charada conjugal com a platéia de Margery não sendo Houdini, nem o grupo da Scientific American, nem os outros investigadores, mas seu marido. Ela ajudou-o a enganar a si próprio sobre suas capacidades psíquicas para poupar a ruína de seu casamento. Eles eram muito diferentes entre si, e Crandon tinha ficado entediado dela logo depois do casamento; no entanto, ele também tinha um temor forte da morte. Ao tentar mantê-lo ao seu lado, Margery acertou na idéia de manifestar espíritos para ele e isto funcionou. Ele agora se sentia como um novo Galileu para o meio milhão de seguidores de Margery, e continuou a exigir novos fenômenos. Veio exigir novas demonstrações da sua esposa com “manifesta brutalidade”.
A opinião dos vários peritos era que Margery queria abandonar as sessões espíritas e confessar a fraude, mas não o fez por saber que isto acabaria com seu casamento. O espião de Houdini, Griscom, tinha mesmo revelado ao mágico que uma vez, quando estava sozinho com a médium, ela expôs a ele sua admiração por Houdini por não ser enganado por ela, e por não ter medo “de dizer onde é o seu lugar”. “Respeito Houdini,” disse a Griscom, “mais que qualquer um do grupo. Tem ambos os pés no chão o tempo todo” (Ibid., p. 383).
A história de Margery acaba com um conto que soa folclórico, mas serve devidamente ao caráter misterioso que a médium tinha criado para si. Sentando ao lado da cama de Margery nos últimos dias de sua vida, o pesquisador psíquico Nandon Fodor lhe sugeriu que morreria mais feliz se ditasse uma confissão a ele e revelasse os métodos que usara para produzir seus fenômenos. Mina murmurou algo indiscernível. Fodor pediu-lhe que repetisse.
- “Certamente,” disse, “Eu disse que você pode ir para o inferno. Todos vocês ‘pesquisadores psíquicos’ podem ir para o inferno”.
Então, algo muito como a velha cintilação familiar de alegria nos seus olhos, ela o olhou e deu risadinhas suavemente:
- “Por que você não adivinha?” disse, e deu risadinhas outra vez. “Vocês irão todos adivinhar… para o resto de suas vidas”. (Tietze, p. 184-5).
Fim da série
- – -
BIBLIOGRAFIA
Bird, J. M. 1924. Our Next Psychic, Scientific American, July 1924.
Christopher, M. 1969. Houdini: The Untold Story. New York: Thomas Y. Crowell.
Dingwall, E. J. 1928. Report on a Series of Sittings with the Medium Margery. Proceedings of the SPR, vol. XXXVI.
Doyle, A. C. 1930. The Edge of the Unknown. Reprint: 1992, New York: Barnes & Noble.
Gresham, W. L. 1961. Houdini: The Man Who Walked Through Walls. New York: Macfadden Books.
Houdini, H. 1924. Houdini Exposes the Tricks Used by Boston Medium “Margery”. New York: Adams Press Publishers.
Polidoro, M. 1995. Vaggio tra gli spiriti. (VA): Sugarco.
Prince, W. F. 1923. Review of My Psychic Adventure, Journal of the ASPR, vol. XVIII.
—–. 1933. The Case Against Margery, Scientific American, May 1933. Rhine, J. B. and Rhine, L. E. 1927. One Evening’s Observations on the Margery Mediumship. Journal of Abnormal Social Psychology
Silverman, K. 1996. Houdini!!! The Career of Erich Weiss. New York: Harper Collins.
—–. 1996. Notes to Houdini.!!! New York: Kaufman and Greenberg. Tietze, T. R. 1973. Margery. New York: Harper & Row.
- – -
Artigo publicado na Skeptic, 1997, Vol. 5, Issue 3, tradução gentilmente autorizada
Traduzido por Vitor Moura através da Iniciativa Lúmen. Imagem de capa: The Margery’s Box / N.A.N., 2007. Outras imagens: Felix Physical Seance Circle.
A opinião dos vários peritos era que Margery queria abandonar as sessões espíritas e confessar a fraude, mas não o fez por saber que isto acabaria com seu casamento. O espião de Houdini, Griscom, tinha mesmo revelado ao mágico que uma vez, quando estava sozinho com a médium, ela expôs a ele sua admiração por Houdini por não ser enganado por ela, e por não ter medo “de dizer onde é o seu lugar”. “Respeito Houdini,” disse a Griscom, “mais que qualquer um do grupo. Tem ambos os pés no chão o tempo todo” (Ibid., p. 383).
A história de Margery acaba com um conto que soa folclórico, mas serve devidamente ao caráter misterioso que a médium tinha criado para si. Sentando ao lado da cama de Margery nos últimos dias de sua vida, o pesquisador psíquico Nandon Fodor lhe sugeriu que morreria mais feliz se ditasse uma confissão a ele e revelasse os métodos que usara para produzir seus fenômenos. Mina murmurou algo indiscernível. Fodor pediu-lhe que repetisse.
- “Certamente,” disse, “Eu disse que você pode ir para o inferno. Todos vocês ‘pesquisadores psíquicos’ podem ir para o inferno”.
Então, algo muito como a velha cintilação familiar de alegria nos seus olhos, ela o olhou e deu risadinhas suavemente:
- “Por que você não adivinha?” disse, e deu risadinhas outra vez. “Vocês irão todos adivinhar… para o resto de suas vidas”. (Tietze, p. 184-5).
Fim da série
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BIBLIOGRAFIA
Bird, J. M. 1924. Our Next Psychic, Scientific American, July 1924.
Christopher, M. 1969. Houdini: The Untold Story. New York: Thomas Y. Crowell.
Dingwall, E. J. 1928. Report on a Series of Sittings with the Medium Margery. Proceedings of the SPR, vol. XXXVI.
Doyle, A. C. 1930. The Edge of the Unknown. Reprint: 1992, New York: Barnes & Noble.
Gresham, W. L. 1961. Houdini: The Man Who Walked Through Walls. New York: Macfadden Books.
Houdini, H. 1924. Houdini Exposes the Tricks Used by Boston Medium “Margery”. New York: Adams Press Publishers.
Polidoro, M. 1995. Vaggio tra gli spiriti. (VA): Sugarco.
Prince, W. F. 1923. Review of My Psychic Adventure, Journal of the ASPR, vol. XVIII.
—–. 1933. The Case Against Margery, Scientific American, May 1933. Rhine, J. B. and Rhine, L. E. 1927. One Evening’s Observations on the Margery Mediumship. Journal of Abnormal Social Psychology
Silverman, K. 1996. Houdini!!! The Career of Erich Weiss. New York: Harper Collins.
—–. 1996. Notes to Houdini.!!! New York: Kaufman and Greenberg. Tietze, T. R. 1973. Margery. New York: Harper & Row.
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Artigo publicado na Skeptic, 1997, Vol. 5, Issue 3, tradução gentilmente autorizada
Traduzido por Vitor Moura através da Iniciativa Lúmen. Imagem de capa: The Margery’s Box / N.A.N., 2007. Outras imagens: Felix Physical Seance Circle.
Houdini contra a Bruxa Loira da Rua Lime (14)
(Continuação)
O PASSO EM FALSO DE MARGERY
O PASSO EM FALSO DE MARGERY
Ao redor de 1926 Margery adicionou um novo efeito a seu repertório; talvez um extremo, como veremos. ‘Walter’ alegou que seu corpo etéreo era réplica tão exata daquele que o tinha quando vivo que ele mesmo podia criar uma impressão digital em cera para provar sua presença.
Mina fez uma visita ao seu dentista, o Dr. Frederick Caldwell, pedindo uma sugestão para executar a experiência. O dentista sugeriu o uso de cera dental que faria uma impressão detalhada. Ele amoleceu um pedaço de cera em água fervente e pressionou seus polegares para mostrar a natureza prática da sua proposta. Mina tomou a amostra de Caldwell e pediu alguns pedaços de cera.
Mina fez uma visita ao seu dentista, o Dr. Frederick Caldwell, pedindo uma sugestão para executar a experiência. O dentista sugeriu o uso de cera dental que faria uma impressão detalhada. Ele amoleceu um pedaço de cera em água fervente e pressionou seus polegares para mostrar a natureza prática da sua proposta. Mina tomou a amostra de Caldwell e pediu alguns pedaços de cera.
Essa noite numa sessão espírita que ela tentou a experiência. Pôs alguma cera numa bacia pequena e depois da sessão espírita que duas impressões foram achadas. Margery alegou serem de ‘Walter’.
O Dr. Crandon insistiu em ter um perito do seu conhecimento para autenticar as impressões. Esta figura obscura, mais provavelmente um confederado, era chamada John Fife. Ele alegou ser Chefe da Polícia em Charlestown Navy Yard e um perito reconhecido em impressões digitais.
W. F. Prince, que depois das investigações da Scientific American tinha continuado a colecionar um arquivo de informação privada concernente a investigações pessoais no caso de Margery, descobriu que a Polícia de Boston nunca tinha ouvido falar de Fife. Crandon, no entanto, alegou que o homem tinha achado impressões do polegar sobre o aparelho de barbear de ‘Walter’ que perfeitamente combinava com aquelas deixadas na cera pelo "espírito".
O êxito desta novidade levou o Dr. Crandon a empregar por conta própria um defensor de Margery, E. E. Dudley, para catalogar cada impressão digital deixada por ‘Walter’ durante as sessões espíritas.
O Dr. Crandon insistiu em ter um perito do seu conhecimento para autenticar as impressões. Esta figura obscura, mais provavelmente um confederado, era chamada John Fife. Ele alegou ser Chefe da Polícia em Charlestown Navy Yard e um perito reconhecido em impressões digitais.
W. F. Prince, que depois das investigações da Scientific American tinha continuado a colecionar um arquivo de informação privada concernente a investigações pessoais no caso de Margery, descobriu que a Polícia de Boston nunca tinha ouvido falar de Fife. Crandon, no entanto, alegou que o homem tinha achado impressões do polegar sobre o aparelho de barbear de ‘Walter’ que perfeitamente combinava com aquelas deixadas na cera pelo "espírito".
O êxito desta novidade levou o Dr. Crandon a empregar por conta própria um defensor de Margery, E. E. Dudley, para catalogar cada impressão digital deixada por ‘Walter’ durante as sessões espíritas.
Ao redor de 1931 Dudley começou por iniciativa própria a colecionar as impressões digitais de cada pessoa que assistia uma sessão com Margery. Desta maneira ele podia desmentir as reivindicações daqueles que diziam que as impressões não pertenciam a ‘Walter’ mas a um confederado vivo.
Dudley estava encerrando suas visitas semanais para colecionar as impressões digitais daqueles que tinham participado em sessões espíritas de 1923 a 1924 quando examinou as impressões do Dr. Caldwell, o dentista de Crandon. Uma vez em casa para comparar as impressões com aquelas de ‘Walter’fez uma descoberta atordoante. Ele cuidadosamente examinou ambas as séries de impressões para estar seguro, mas não havia nenhum erro: as impressões digitais que Margery alegava terem pertencido a ‘Walter’eram idênticas em cada aspecto às do Dr. Caldwell!Dudley não contou menos que 24 correspondências absolutas. Claramente, a médium tinha tomado as amostras de cera em que o Dr. Caldwell tinha pressionado seu polegar para mostrar a Mina o procedimento e feito moldes impressos. Era fácil pressionar os moldes na cera na escuridão e obter a ilusão que uma entidade estrangeira ao círculo de assistentes era a autora.
Dudley informou à ASPR sobre a sua descoberta, masW. H. Button, então presidente da ASPR, respondeu que ele não estava interessado em publicar a notícia.A imagem da Sociedade estava por então demais ligada com a da médium desde que freqüentemente tinham-na defendido e tinha escondido informação desagradável sobre ela.
Prince, que tinha deixado a ASPR por esta razão e tinha fundado a Sociedade de Boston para Pesquisa Psíquica (BSPR - Boston Society for Psychical Research), tinha tido o suficiente. Aceitou a revelação de Dudley e um artigo foi publicado no diário de Sociedade (Vol. XVIII, outubro, 1932).
O escândalo que se seguiu teve efeitos desastrosos. Não era nenhum mero caso de alguém alegando ver a médium usando o seu pé para mover uma mesa; desta vez a prova de fraude era incriminadora e definitiva.
Prince, que tinha deixado a ASPR por esta razão e tinha fundado a Sociedade de Boston para Pesquisa Psíquica (BSPR - Boston Society for Psychical Research), tinha tido o suficiente. Aceitou a revelação de Dudley e um artigo foi publicado no diário de Sociedade (Vol. XVIII, outubro, 1932).
O escândalo que se seguiu teve efeitos desastrosos. Não era nenhum mero caso de alguém alegando ver a médium usando o seu pé para mover uma mesa; desta vez a prova de fraude era incriminadora e definitiva.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Houdini contra a Bruxa Loira da Rua Lime (13)
(Continuação)
MALCOM BIRD CONFESSA
MALCOM BIRD CONFESSA
O que tinha acontecido a Bird? Depois de 1931 seu nome desapareceu da lista de contribuintes da ASPR (American Society for Psychical Research). Desapareceu e nada jamais foi ouvido dele. As hipóteses sobre seu destino variaram de ciúme pessoal dentro da Sociedade a sua aceitação a uma tentativa de uma oferta de trabalho.
Há muito pouco tempo com a descoberta de alguns documentos inéditos, tem alguns novos fatos concernentes ao relacionamento entre Bird e Margery sido divulgados. Prince, em cujos arquivos os documentos foram achados, sugeriu sobre isto em 1933 num artigo em que ele escreveu para a Scientific American:
Há muito pouco tempo com a descoberta de alguns documentos inéditos, tem alguns novos fatos concernentes ao relacionamento entre Bird e Margery sido divulgados. Prince, em cujos arquivos os documentos foram achados, sugeriu sobre isto em 1933 num artigo em que ele escreveu para a Scientific American:
"Há cerca de dois anos (…) ele (Bird) entregou a seus empregadores um longo artigo alegando a descoberta de um ato de fraude e reconstruiu sua visão do caso para admitir um fator de fraude bem desde o início. Este artigo não foi impresso e muito poucos dos crentes na Europa ou América sabem de sua existência" (Príncipe, 1933).
Aqui estão alguns trechos desta relatório/confissão por Bird à Board of Trustees da ASPR (Maio de 1930):
Aqui estão alguns trechos desta relatório/confissão por Bird à Board of Trustees da ASPR (Maio de 1930):
"Desde maio de 1924 quando eu primeiramente concluí que o caso era um de mediunidade genuína, minhas observações nunca foram dirigidas em qualquer sentido largo em direção à descoberta de fraude, e mesmo menos em direção a sua demonstração. Como fui junto com minhas sessões espíritas, aqui e ali eu fiz, como uma questão de rotina, observações que algum episódio particular fosse normal em sua causação. Todo que o relatório presente aponta fazer é familiarizar à Board com os dados sobre quais é baseada minha própria mente, a declaração que eu fiz sempre que qualquer ocasião surgisse para fazê-lo: que os fenômenos de Margery não são cem por cento supernormais. Não é agora possível eu declarar positivamente se o episódio ocorreu em julho ou em agosto de 1924… A ocasião foi uma de visitas de Houdini a Boston para sessão. … Ela procurou uma entrevista privada comigo e tentou me levar a concordar, em caso os fenômenos não ocorressem, que eu mesmo tocaria a caixa-sino, ou produzisse algo mais que talvez passasse como atividade por ‘Walter’. Esta proposta era claramente o resultado de estado mental forjado de Margery. Não obstante parece a mim de importância superior, em que mostra que ela, plenamente ciente e normal, numa situação onde ela pensou que talvez tivesse de escolher entre fraude e uma sessão espírita vazia; e estava disposta a escolher fraude" (Tietze, p. 137).
Continua...
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