quarta-feira, 6 de julho de 2016

The Principles of Magic - Richard Osterlind


Se eu tenho um pai no Mentalismo, esse é Richard Osterlind (mesmo que ele não saiba disso). Ele é Grande. Qualquer reconhecimento dele hoje é muito pouco comparado a quem ele realmente é. Entre os muitos materiais que ele produziu, eu li esta semana o livro "The Principles of Magic". Nenhum livro de mágica me tocou tanto quanto este. Em alguns momentos eu tive que parar de ler o livro, pois estava emocionado.

Seria para mim impossível fazer um review deste livro. A sua construção do verdadeiro conceito do que é arte, e como devemos encará-la é no mínimo genial. Por isso vou colocar aqui só algumas passagens que me tocaram profundamente, mas elas soltas nem de longe exemplificam o que é este livro.

"A arte de verdade não é uma coisa simples, mas como ela afeta você como representante da humanidade."

"Há uma grande mentira sobre a arte da mágica (...) é acreditar que ela  é a arte de deception(enganar), ou colocando de outra forma, é a arte de mentir. É fácil de entender o quão pobre performances podem ser oferecidas por mágicos que pensam assim.(...) Este é um ponto de vista inaceitável. (...) O destino buscado na mágica é a criação do mistério."

Os elementos da arte são: as ferramentas, as habilidades, a criação e o efeito. Em cada um delesRichard Osterlind explica delicadamente como cada um deles é necessário, e como interagem uns com os outros... "É o efeito que devemos ter em mente quando criamos nossa mágica."

"Mágica é a arte
da criação do mistério."


"Mágica é a arte do impossível, endereçado ao contínuo dilema humano de maneira artística. (...) Porque o mágico opera nas mesmas restrições e fronteira da humanidade, seu feito representa uma esperança para todos."

Estas são apenas pequenas anotações minhas do primeiro capítulo do livro. Não é meu intuito ser prolongado nos meus posts. Obrigado, Mr. Osterlind.

The Discoverie of Witchcraft



De autoria de Reginald Scot (c. 1538-1599), um juiz de paz em Kent, Inglaterra. O livro Discoverie of Witchcraft foi publicado pela primeira vez em Londres, em 1584Foi provavelmente o primeiro livro de mágica escrito em língua inglesa. 

Em 1500 a caça às bruxas varriam a Europa continental e a Escócia, e logo submergindo na Inglaterra após a coroação do fanático Rei James I, em 1603.

O trabalho de Scot foi concebido como um argumento cético acerca da existência de bruxas, e também como uma reação e um protesto contra a crescente onda de perseguição de inocentes por um clero supersticioso. Scot acreditava que o julgamento dos acusados de bruxaria era irracional e anti-cristão, e ele afirmava ser a Igreja Romana responsável. Todas as cópias obtidas eram queimadas sob a ordem de James I.

O livro é uma exposição sobre a bruxaria medieval. Ele contém uma pequena seção, escrito na intenção de mostrar como o público era enganado por charlatões. O livro se tornou a base para muitos dos livros sobre truques de mágica que apareceram ao longo dos séculos seguintes.

Discoverie of Witchcraft foi escrito no século 16 no Inglês Elizabethano, e é preenchido com ortografia arcaica e fraseado, juntamente com expressões obsoletas comum naqueles tempos. As primeiras peças de Shakespeare surgiram seis anos após a publicação do trabalho de Scot, e o Inglês é semelhante.

É um estudo meticulosamente bem pesquisado sobre a prática de feitiçaria, que também toca emastrologia, a alquimia, a adivinhação, e muito mais. O texto apresenta evidências lógicas das bruxas como auto-enganos ou fraude.

O trabalho completo, abrangendo temas como: encantosos nomes dos demôniosanjos e outras"palavras de poder"feitiçosrituaissabbatsmagias bíblicas e egípcias, e mais, foi pesquisado com integridade acadêmica de modo que o Discoverie continua a ser uma muito citada fonte primária para os interessados ​​nas ciências ocultas, de crentes ou não.

Nas seções do livro que trata de prestidigitação, Scot foi guiado por  por John Cautares, um artista do século 16 de prestidigitação francês que ganhava a vida como operário e residia em Londres. As seções dedicadas a truques de mágica contêm muitos efeitos ainda vistos hoje, mas inclui muito pouca instrução sobre o manuseio dos sleights (movimentos de mão).

Os capítulos foram escritos com muito respeito a arte da prestidigitação. Scot enfatiza que ele considera um entretenimento, e deveria ser considerado como um desenvolvimento da sociedade e seus cidadãos, e não o trabalho do demônio ou seus aliados.bh studio desenvolvimento de sites em bh

A verdade sobre o mago Dedi

O mágico/mago Dedi é considerado por muitos como o Pai da mágica, já que ele é primeiro mágico a ser registrado na história. Porém, como toda boa história, há muito de lenda, muito de floreio e muito de má interpretação por trás de sua história. Este post tem por objetivo falar um pouco sobre esse personagem tão ilustremente desconhecido.


Quem foi Dedi?
Dedi (também escrito Djedi ou Djedy) é o nome de um profeta e mágico de um conto do Antigo Egito,  registrado no período de Khufu conhecido como “Os Papiros de Westcar”, que registra 5 histórias de performances executadas por sacerdotes e mágicos egípcios. Segundo este documento, Dedi seria capaz de decapitar um pássaro e depois religar a sua cabeça ao corpo, trazendo-o de volta à vida. Ainda segundo a história, foi proposto que fizesse o mesmo com criminosos condenados. Dedi educamente recusou, usando a seguinte frase: “Certamente que não é permitido fazer tais coisas com o rebanho nobre“. Por rebanho nobre, Dedi se referia a humanidade.
Também é atribuído a Dedi rotinas com covilhetes (cups and balls), sendo até hoje divulgada uma imagem onde ele supostamente estaria executando essa rotina. Porém, existem alguns problemas na interpretação dessa figura:
* A imagem representaria não mágicos, mas sim padeiros em seu ofício. Ou seja, ao invés de covilhetes, o que se tem são pães sendo amassados;
* Essa imagem foi encontrada nas Tumbas de Beni Hassan. Essas tumbas foram criadas entre os séculos 20 e 17 antes de cristo. Os papiros de Westcar só apareceram entre os séculos 18 e 16 A.C. Por isso, é pouco provavel que os desenhos na tumba se refiram especificamente a Dedi;
* Quem executa essa rotina sabe que a fazê-la no chão não é ergonômico, tampouco prático;
* Por fim, estudiosos e historiadores da mágica creditam aos romanos a criação da mágica dos covilhetes, pelos acetebularii. Assim, seria impossível Dedi estar executando uma rotina que ainda não havia sido criada.

O que os Papiros de Westcar Contam Exatamente sobre Dedi?
Segue abaixo uma tradução do inglês da história de Dedi, retirada dos pergaminhos de Westcar. A tradução foi adaptada para clarificar alguns pontos obscuros e para uma melhor fluência na leitura, sem no entanto alterar a história original.
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Seu nome é Dedi“, respondeu o príncipe Hordadef. “Ele é um homem velho, dizem ter 110 anos. Todos os dias ele come metade de um boi, cinco centos de fatias de pão, além de beber uma centena de jarros de cerveja. Ele é capaz de arrancar a cabeça de uma criatura viva e depois restaurá-la; ele é capaz de fazer um leão obedecê-lo; e ele conhece os segredos da morada do deus Toth, o qual Sua Majestade tem desejo de conhecer para que possa construir as cãmaras de sua pirâmide de acordo“.
Rei Khufu respondeu: “Vá e traga esse homem até mim, Hordadef
O príncipe desceu o Nilo, costeando as margens com um barco e navegou ao sul, até encontrar uma cidade chamada Dedsnefru, onde Dedi habitava. Ele seguiu pelo litoral, carregado em sua liteira até a casa do mágico, que estava sentado à soleira da porta de sua casa. Quando Dedi percebeu a comitiva, foi saudado pelo príncipe que lhe pediu que não levantasse, devido a sua grande idade. O príncipe disse: “Meu Real Pai deseja honrá-lo e dar uma tumba no meio de seu povo“.
Hordadef ajudou Dedi a se levantar e, tomando-o pelo braço, guiou-o até seu navio. Dedi navegou em companhia do príncipe, enquanto em outro navio seguiam os assistentes e os livros de mágica de Dedi.
Saúde e força e plenitude sejam teus“, disse Hordadef quando se prostrou perante seu pai real, o Rei Khufu. “Eu voltei, e trouxe comigo Dedi, o grande mágico.” O Rei se alegrou com a notícia e disse: “Tragam o homem até minha presença“.
Dedi veio e saudou o Rei, que disse: “Por que é que eu nunca vi você antes?
Ele foi designado para o chamado” respondeu o velho homem; “Você o enviou para mim, e aqui estou.
É dito“, Rei Khufu continuou “que você pode restaurar a cabeça que fora arrancada de uma criatura viva.
Certamente que eu posso, majestade” respondeu Dedi.
O Rei respondeu: “Então, chamem aqui um prisioneiro para ser decapitado.
Eu preferiria que não fosse um homem” disse Dedi; “Eu não faço isso com gado real, majestade
Então um pato foi trazido até Dedi que cortou a cabeça do pato fora, jogando a cabeça para a direita e o corpo para a esquerda. Dedi falou algumas palavras mágicas e então a cabeça e o corpo foram unidos e o pato e levantou e grasnou em alto som. O mesmo foi feito em seguida com um ganso.
Rei Khufu então insitiou que trouxessem uma vaca e que sua cabeça fosse cortada. Dedi restaurou o animal outra vez e além disso, fez com que ele o seguisse, ou seja, que pisasse exatamente nos mesmos lugares que ele pisava. Sua Majestade então, pediu a Dedi: “É dito ainda que você possui os segredos da morada do deus Thoth.
Ao que Dedi respondeu: “Eu não os possuo, mas onde eles estão guardados e que estão dentro de uma câmara em Heliópolis. Lá as plantas estão guardadas em uma caixa, mas não há ninguém digno, que consiga  trazê-los à Sua Majestade.
Não há mesmo ninguém que consiga essas plantas para mim?” perguntou o Rei.
Dedi então profetizou que três filhos nasceriam de Rud-dedit, esposa do sumo-sacerdote de Rá. O mais velho se tornaria sacerdote-chefe em Heliópolis e tomaria posse das plantas. Ele e seus irmãos um dia se sentariam sobre o reino todo e governariam sobre toda a terra.
(…)
O coração do Rei Khufu se encheu de tristeza e preocupação quando ouviu as palavras proféticas do grande mágico. Dedi então respondeu: “O que se passa em sua mente, Ó Rei? Seu filho reinará após você e então o Filho dele também. Mas o próximo irá cair“.
E a história do pergaminho segue contando sobre os filhos de Rut-dedit
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Por todos os elementos apresentados aqui, é possível que a história de Dedi não passe de uma lenda. Seja como for, a história se encarregou de nomear Dedi como o primeiro dos mágicos. Verdade ou lenda essa história continuará encantando muitos por muitas outras gerações.
E, talvez, essa seja a maior mágica de Dedi…
Amplexos!
REFERÊNCIAS

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Arcos Mágicos

Uma ótima ilusão e brincadeira, o mágico mostra dois arcos aos espectadores e pergunta, qual é o arco maior, e os espectadores ficam confusos.
 
Efeito: O mágico mostra dois arcos um azul e outro vermelho, e ao fazer a comparação, ora o azul é maior, ora o azul é menor e ora os dois são do mesmo tamanho, como é isso?


O T Mágico

Esse é o T mágico, se trata de um quebra cabeça. 

Aparentemente pareci ser simples montar o T, mas der as peças a seus amigos e você verá que não é tão simples assim. Basta treinar e memorizar a posição de cada peça, são 4 peças, o triângulo azul, um trapezio verde, um trapezio vermelho e um poligono laranja. Basta agora usar uma tesoura pra separar as 4 peças e dar as pessoas para tentar montar o T.


Percepção Extra-sensorial

Você se surpreenderá ao descobrir que seus olhos e ouvidos estão constantemente criando uma ilusão do que o mundo ao nosso redor realmente é.
Cor, luz, movimento e profundidade são construídos dentro do cérebro e estas experiências são facilmente manipuladas.

Os seus ouvidos realmente ouvem mensagens secretas em músicas tocadas ao contrário? É possível fazermos você sentir um toque enquanto assiste televisão? Pode um homem cego ‘ver’ como um morcego? Nossos especialistas e os artistas da indústria do entretenimento serão nossos guias ao que entramos no cérebro e brincamos com os sentidos.

O que é percepção extra-sensorial?
Percepção extra-sensorial é um termo coletivo para várias habilidades mentais hipotéticas. Essas aptidões (juntamente com outros fenômenos paranormais) também são chamadas de psi.

Os principais tipos de percepção extra-sensorial são:
telepatia - capacidade de ler o pensamento de outra pessoa
clarividência - capacidade de "ver" objetos e eventos acontecendo em um outro lugar
premonição - capacidade de ver o futuro
retrocognição - capacidade de ver o passado distante
mediunidade - capacidade de se comunicar com espíritos de mortos
psicometria - capacidade de obter informações sobre uma pessoa ou um lugar ao tocar um objeto físico
.

Um fenômeno muito parecido e relacionado ao tipo psi (tecnicamente não faz parte da percepção extra-sensorial) é a telecinesia, que é a capacidade de alterar o mundo físico apenas com o poder da mente.

Todas essas habilidades são baseadas na idéia de que os seres humanos podem perceber coisas além do âmbito dos conhecidos sentidos corporais. Esse assunto está em voga desde o começo da civilização humana, sob diversos nomes diferentes, mas a concepção moderna não se desenvolveu até a primeira metade do século XX. O próprio termo "percepção extra-sensorial" foi inventado em 1934, pelo professor da Duke University ( em inglês) J.B. Rhine, um dos primeiros cientistas respeitáveis a liderar pesquisas sobre paranormalidade em um laboraratório de universidade.

Aqueles que acreditam na percepção extra-sensorial têm diferentes idéias sobre como essas habilidades se manifestam. Alguns crêem que toda pessoa possui essas habilidades e que, involuntariamente, vivencia momentos de percepção extra-sensorial o tempo todo. Outros dizem que apenas alguns poucos paranormais, xamãs ou médiuns, têm poder especial e que só têm acesso a esse poder quando entram em um estado mental diferenciado. A maioria desses crentes acha que todos têm o potencial para a percepção extra-sensorial, mas que alguns estão mais sintonizados com suas habilidades paranormais do que outros.

Entre os que acreditam também há discordância sobre como a percepção extra-sensorial realmente funciona. Uma teoria diz que, assim como nossos sentidos comuns, a percepção extra-sensorial é uma energia que se move de um ponto a outro. Normalmente, os defensores dessa teoria dizem que a energia da percepção extra-sensorial assume a forma de ondas eletromagnéticas, assim como a luz, o rádio e o raio x, que não podemos detectar cientificamente.

Essa teoria foi bem popular no começo do século XX, mas hoje não é aceita devido a vários problemas inerentes. Um exemplo é que a explicação serve apenas para a telepatia, mas não para a clarividência e nem para a premonição. Supostamente, se a informação viaja na forma de energia eletromagnética, ela deve ser enviada por alguém, ou seja, tem de viajar de uma mente a outra. 

Isso não explica o movimento das informações através do tempo ou do objeto até a mente.

Além disso, a teoria não está de acordo com o que sabemos sobre nós mesmos e sobre o universo. Na maioria dos casos relatados de telepatia, a percepção extra-sensorial funciona independentemente da distância. Isso significa que a potência do "sinal" é a mesma quando a mente transmissora e a receptora estão na mesma sala ou em extremos opostos do planeta. Céticos destacam que nenhuma outra forma de energia comporta-se dessa maneira, por isso não faz sentido que isso ocorra com as "ondas psi". Além disso, é estranho que não tenhamos encontrado nenhum novo órgão do sentido capaz de captar essa energia, tampouco provas das próprias ondas de energia.

Diante desses problemas, a teoria prevalecente entre os crentes, hoje, é a de que a percepção extra-sensorial é um resultado de algo além do mundo físico conhecido. Por exemplo, muitas pessoas vêem isso como algo que "transborda" de outra realidade. De acordo com essa teoria, além do universo físico de que temos consciência, todos existimos em uma outra dimensão cujas leis dominantes são completamente diferentes. O tempo e o espaço funcionam de maneira bem diferente na outra realidade, permitindo que saibamos os pensamentos de outras pessoas, acontecimentos distantes ou fatos que ainda não ocorreram na realidade física. Normalmente, nossa noção sobre esse plano de existência é completamente inconsciente, mas, de vez em quando, a mente consciente capta essa informação.

Nem é preciso dizer que essa teoria não se encaixa em nosso conhecimento científico de mundo. De acordo com os defensores da teoria, não é esperado que ela se encaixe nessa concepção. Como os conceitos sobre Deus e pós-vida, a realidade hipotética não se basearia nas leis físicas do universo e dependeria da existência de algum tipo de alma.

Mais uma para "brincar" com o seu cérebro

Seu cérebro é capaz de revelar o negativo como uma fotografia, parece impossível, mas nãoa...
Você vai se surpreender. Seus olhos e cérebro realmente desenvolvem esse negativo. Veja instruções abaixo
Este é o melhor que tenho visto até agora!! 

Instruções: 

1. (fixe seu olhar no ponto vermelho no nariz da garota por 30 segundos)
2. (vire seus olhos para uma superfície plana, o teto ou uma parede vazia)
3. Pisque os olhos várias vezes rapidamente ao mesmo tempo em que olha para o teto ou parede... Não é incrível?




COMO OS MÁGICOS ENGANAM A MENTE!

É sempre bom ver o resultado de uma apresentação, ou até mesmo de um pequeno truque sendo o esperado, pessoas maravilhadas com a mágica e pessoas intrigadas com o efeito. Realizar um bom espetáculo é realmente um show para os espectadores e para nós realizadores de truques. Mas, uma das coisas que mais me fascina e creio que boa parte de quem estuda esse tipo de arte, é saber o que acontece na mente de quem assiste o truque, além de ver o espanto ou o susto no olhar, vale muito a pena procurar saber o que acontece na mente humana quando se depara com algo que naõ consegue compreender e não acredita que esteja acontecendo, como o ilusionismo.


O site Nature publicou um artigo entitulado "Attention and awareness in stage magic: turning tricks into research" (Atenção e consciência na apresentação de mágica: transformando truques em pesquisa), informando, em suma, que neurocientistas notaram que através de várias técnicas da Arte Mágica poderiam aprofundar o estudo das bases comportamentais e neurais da própria consciência.

Da parte que nos interessa, o artigo explica que os mágicos, além de efeitos especiais e itens secretos (gimmicks), também usam um ou mais dos seguintes dispositivos para manipular a atenção e a percepção humana:


Ilusões Visuais (afterimages): que ocorrem porque circuitos neurais do cérebro aplificam, suprimem, focam e desviam a informação visual de tal maneira a provocar uma percepção no observador diferente da realidade.

Ilusões Ópticas (‘smoke and mirrors’): que diversamente das visuais, não resultam de um processo cerebral, mas pela manipulação de propriedades físicas da luz (reflexo, refração).

Ilusões Cognitivas (inattentional blindness): pois, ao contrário das outras duas, necessitam de um considerável envolvimento de funções cognitivas (mecanismos mentais).

Daí, explicam, por exemplo, que aquele efeito de segurar uma colher (ou uma caneta etc) pelo meio, entre os dedos indicador e polegar, e movê-la para cima e para baixo repetida e continuamente, passando a impressão de que ela amoleceu e dobrou-se no meio, deve-se há um bug entre neurônios de diferentes áreas do córtex.

Também informam sobre um lag de aproximadamente 100ms que nos permite "enganar" o cérebro quando já removemos um objeto do lugar, mas que para o observador ele ainda parece estar ali.

Outro aspecto muito interessante, dentro das Ilusões Cognitivas, trata-se da diferenciação entre:

Misdirection Desfocado (overt): quando o mágico simplesmente redireciona o olhar fixo do espectador para longe do "segredo".

Misdirection Focado (covert): quando o mágico consegue esconder o "segredo" sem precisar redirecionar o olhar fixo do espectador para longe. 

Para o método Notório, a Neurociência Cognitiva designa duas "cegueiras":

Cegueira na Mudança (Change Blindness): quando não notamos que algo está diferente do que estava antes.  Postei este vídeo em uma publicação antiga, mas vale conferir novamente para melhor o que está sendo dito.
 

Cegueira Desatenta (Inattentional Blindness): quando simplesmente não notamos a presença de algo apesar de totalmente perceptível.


Das várias experiências realizadas, a da "Vanishing­ Ball Illusion" (Ilusão da Bola que Desaparece), merece nossa atenção. É aquela mágica clássica em que jogamos uma bola para cima duas vezes e na terceira ela simplesmente desaparece no ar, lembra?

 

Pois então: neste caso, não são os olhos do observador que foram enganados. Na verdade, é a percepção do movimento anterior que gera no espectador uma interpretação errada do último movimento.


O artigo também mencionada algumas velhas conhecidas técnicas mágicas, como:
• Um objeto diferente, novo, extravagante, em movimento chama mais atenção;
• Um movimento maior esconde o menor;
• Time misdirection;
• Construção de memórias e correlações lógicas ilusórias. Ex.: a mágica da corda indiana.
• Repetições aparentes;
• Não repetir a mesma mágica para a mesma pessoa;
• Usar humor.

Mas e você mago? O que faz para enganar a mente dos seus espectadores?

O Hipnotizador (El Hipnotizador)

 

Por indicação de uma leitora, falo hoje sobre uma série não tão recente, mas que não deixa de ser muito interessante. O Hipnotizador, uma série criada por com Leonardo Sbaraglia, César Troncoso: Arenas (Leonardo Sbaraglia) é um homem de 40 anos solitário, reservado e que só fala quando realmente precisa. Ele é um hipnotizador, e seu poder se concentra na voz grave e no olhar penetrante. Sua inspiração é o doutor Victor Corelli (Ruy Guerra), que sempre apoiou Arenas. O hipnotizador mora no hotel As Violetas, e é amigo do proprietário, Salinero (Cesar Troncoso) e da recepcionista Anita (Bianca Comparato). Com suas capacidades mentais, Arenas também atua como "detetive do inconsciente", e ajuda aqueles que a ele recorrem para desvendar mistérios e trazer a paz. 
Assim como Lie to Me e The Mentalist, sugiro que assistam essa série, além da história, do romance, ela traz algumas informações que podem ser adicionais para apresentaçoes, apesar de saber que anda rolando mitos e lendas sobre hipnose, fico tentando imaginar o estrago que um hipnotizador poder fazer em uma mente fraca e perturbada, fora as alucinações, poderia um hipnotista fazer com que alguém cometesse suicídio e sair ileso das investigações? Sério, se alguém puder me tirar essa dúvida, mas fiquei pensativo com o primeiro episódio assim que o vi.
Se você conhece algum filme ou série sobre o assunto, deixe o seu comentário falando sobre. Obrigado por ter acessado.

Os Segredos das Sessões Espíritas do Século 19 (Parte 7)

 


Com a finalidade de produzir sons que fossem interpretados como de origem sobrenatural, alguns médiuns usavam um acordeom (sanfona) devidamente amarrado para mostrar que era humanamente impossível se produzir qualquer som dele sem antes desamarrá-lo. As luzes se apagavam e as pessoas ouviam o acordeom tocar. Como? Muito simples! O médium tirava do bolso uma gaita, que possui um som muito parecido com o do acordeom, e tocava fazendo todos pensarem que era o acordeom sendo manipulado de forma sobrenatural por algum espírito.

Em outros casos de acordeons que tocavam "sozinhos" foi descoberto um engenhoso sistema de mangueiras colocadas estrategicamente (ocultas do público) para injetar ar no instrumento, possibilitando assim que sons fossem produzidos sem a necessidade que o fole fosse acionado. Como você pode ver, os médiuns fraudulentos não poupavam esforços para enganar suas vítimas.


 

O mentalista Joseph Dunninger desvendou um outro método para se produzir "música dos espíritos", só que agora através de um violino. Em uma sessão espírita da qual ele participou, foi colocado sobre a mesa um violino. Quando as luzes foram apagadas, todos puderam ouvir um tênue som vindo do violino sobre a mesa.

Após se certificar que o violino realmente não havia sido tocado por ninguém ali presente, Dunninger acabou descobrindo que o engano foi produzido através de uma linha com resina, que era colocada sobre as cordas do violino, tendo um peso em uma das extremidades, que descia pela lateral da mesa, e na outra extremidade um comparsa puxando (neste caso pelo buraco da fechadura da porta) para produzir o atrito com as cordas e consequentemente o som.

Joseph Dunninger produziu uma interessante Enciclopédia de Mágica onde reservou um bom espaço para revelar os truques utilizados pelos médiuns fraudulentos. Entre estes truques está o de esconder uma caixa de música dentro de um bandolim, usar um cone para projetar a voz em outro canto da sala, e produzir sons "estranhos" usando uma pequena lata cheia de pedras ou pregos que era presa na perna por debaixo da calça ou vestido. Logo abaixo você pode ver uma das páginas desta enciclopédia onde ele explica alguns destes truques (clique na foto para ampliá-la):





Mentalismo numérico

Efeito: O mágico descobre, através da força do pensamento, duas cartas escolhida aleatoriamente pelo espectador..

Preparação: Antes de começar a fazer este truque, você precisa retirar do maço as
seguintes cartas: dez, valete, dama e rei.
Truque:
1- Peça para o espectador escolher uma carta qualquer e memorizá-la.
2- Peça para ele multiplicar por dois o valor da carta, mentalmente.
3- Somar cinco e depois multiplicar por cinco.
4- Peça para memorizar o resultado da conta.
5- Agora, peça para escolher outra carta e somar o valor dela com o primeiro valor
memorizado, ou seja, o resultado da conta.
6- Peça para ele falar o valor total. Desse valor, subtraia 25, com resultado de dois
algarismos você descobrirá o valor das duas cartas pensadas. (Ex: se o valor total
foi 86, menos 25, é igual a 61, a primeira carta escolhida foi o numero 6, e a
segunda carta escolhida foi o numero 1, ou seja, o ás.)